sábado, 25 de junho de 2011

Ciclotur Litoral 2011 - frustração e realização

Vitória - Rio

           Nossa viagem começa dia 1ª de maio de 2011, 1 ano e 2 meses redondos depois da viagem no litoral em 2010, amigos de alma ansiosos para se reverem e começar uma nova aventura tão boa quanto foi a de 2010, mas alguns contratempos já começaram logo cedo, cheguei no aeroporto em Vitória e logo recebo uma mensagem da Michelle avisando que a Gol impediu ela de embarcar com a bike sem estar embalada devidamente, resultado, ela perdeu o vôo e teve que pagar um absurdo pra pegar outro avião, eu sabendo que ia demorar resolvi dar uma volta por ali enquanto ela não chegasse, andando numa avenida logo senti a traseira da bike molenga, parei e não deu outra, pneu furado, e ainda o traseiro, tive q empurrar um tanto pra chegar num posto e tirar a bagagem pra conseguir facilitar a troca, sózinho foi aquela dificuldade num sol muito forte, resolvido voltei pro aeroporto e esperei a Michelle, logo veio ela contar a história toda, mas falamos, vamos curtir, esquece isso...!



Saimos já tarde de Vitória e resolvemos que chegariamos em Guarapari naquele dia mesmo, pegamos noite e sem sinalização adequada passamos da entrada que nos levaria a um camping que já tinhamos em mente de ficar, ou seja, tivemos que garimpar um lugar e com poucas opções tivemos que pagar uma pousada mais do que queriamos.






No outro dia perdemos mais da metade do dia pra resolver um problema no freio da bike da Michelle, e lá vamos nós sair tarde de novo, nesse dia só conseguimos chegar até a cidadezinha de Anchieta-ES, pechinchando bastante conseguimos um desconto numa pousada, mas pra dormir em camas que praticamente sentia o listrado e banheiro coletivo não foi tão barato assim, mas blz, legal, faz parte de uma viagem, dificuldades pra depois darmos risada, saimos cedo e dai sim foi dia fatidico, depois da praia de Iriri-ES numa areia a Michelle levou um tombo com o pedal clip e o pior que ao tentar tirar torceu o pé feio, ainda tinhamos a esperança de passar um gelol e continuar, mas logo vimos que seria impossivel.





Ela resolveu pegar um ônibus e ir embora, eu não poderia abandonar tudo e nem ela queria isso, então resolvi continuar, pra mim seria uma grande superação, odeio viajar sózinho, e vendo toda aquela situação fiquel bem mal, mas fui lá eu tentando curtir, mas quando não é o dia não é, logo o tempo virou, vento, chuva, sózinho, nessas horas vem aquela deprê, e já sentindo toda situação, estrada montanha russa, já queria parar, era dia ainda, mas não dava mais.




E numa estrada que quase não tem nada, aonde iria parar? Logo vi uma plaquinha camping a 7km, e fui acompanhando as placas ansioso pra chegar, logo cheguei na entrada e peguei uma rua de terra, eram mais uns 4km, e quando chego na frente não acredito, fechado com um cadeado no portão e ninguém, mas quando acreditamos que existe uma força maior que tudo que nos protege as coisas melhoram, quando ia voltando pra estrada um cara de moto para do meu lado e fala se eu tinha ido pro camping e fala que era o dono e tava indo pra lá, agradeci demais, e ainda me fez um precinho legal pro chalé, suite, com vento, chuvinha e frio, nem pensei duas vezes, Leonardo Jubarte, muito gente boa.




No outro dia cedo saio e com outro gás, pensando em superar tudo e curtir, um ciclista solitário mas com sonhos e objetivos a realizar, fui lá eu, e logo na estrada escapei de mais uma, pra variar a estrada mal sinalizada e já tava indo pro lugar errado, quando senti que o caminho tava estranho, perguntei pra um motoqueiro e me indicou o lugar correto, me salvei de novo, e fui eu pra sair do ES e atravessar pro RJ, aguardando mais sorte.



Cheguei em Barra de Itapaboana-RJ, cidadezinha feia, feia, dali sem referência, atrasado, resolvi dar um pulo grande, depois de dar uma volta por lá peguei um ônibus com destino a Macaé-RJ, dai seria uma rota mais tranquila e curtiria mais, só que cheguei a noite lá, no centrão, lugar que dava até medo, e vai lá eu de novo passar por um gelo, não achava lugar pra ficar, e não me aconselharam de jeito nenhum ir a noite direto pra Rio das Ostras, já preocupado com o que ia fazer quando uma luz me abençoou de novo, fui perguntar para um segurança na frente de uma acadêmia se conhecia algum lugar e começamos a conversar, e do nada me ofereceu pra passar a noite na casa dele, era simples, sem luxo, mas de bom grado, Geilson, um cara muito gente boa de bom coração, fez questão de me mostrar os navios da petrobrás, tiramos foto, uma amizade que com certeza vai continuar.





Cedinho sai pra estrada, passei pela orla de Macaé e fui rumo a Rio das Ostras, um acostamento ruim que grudava a bike, não rendia, mas quando cheguei foi além que imaginava, lugarzinho show, dali resolvi que ia continuar e fui passando por Barra de de São João, me encantei com esse lugarzinho, depois Tamoios, e decidi fazer direto pra Cabo Frio-RJ, já que lá tinha pouso num AP emprestado e precisava economizar, não foi fácil, +foi um dia muito bom, e tb o dia que mais rodei, 103km, chegando em Cabo Frio na Praia do Forte com idéia de passar uma noite, mas meu amigo falou para aproveitar já que tava sózinho, resultado, fiquei 1 semana lá, rs, nessa semana ainda fiz Búzios-RJ e Arraial do Cabo-RJ, legal citar a Praia do Foguete em Cabo Frio, se localiza já no caminho pra Arraial, a praia mais linda da viagem, água cristalina, pouca gente, parecia que tava no Caribe (embora que nunca fui pro Caribe, rs) .







Então depois de uma semana saio com a bike carregada com destino a Saquarema, um lugar que tava louco pra conhecer, que aliás fiz bons amigos tb, além do carioca Dibh, um argentino que tava viajando o Brasil surfando e um Australiano, que pena que não fiz foto, a noite fomos num barzinho e novas amizades lá também, muito legal a estadia em Saquarema, até conversei com o lendário Serguei,  que tem sua casa lá que é ponto turistico, o Templo do Rock.
 




No outro dia sai já tarde, pegando uma chuvinha na última etapa da viagem fui até Ponta Negra-RJ, lá conheci na rua o chileno Lorenzo que me fez um precinho camarada pra ficar na casa dele,  e com pouco opção foi mais que bom, além de uma nova amizade e muitas histórias contadas, sai cedo e fui até Maricá que peguei um ônibus e fui embora.





Sentimento de dever cumprido e muitas histórias na bagagem pra contar pros amigos, e provando que somos capazes de superar as dificuldades e que o novo pode dar medo, mas se não enfrentarmos nunca vamos saber se vale a pena, e valeu muito a pena, obrigado a todos que de alguma forma colaboraram com essa mais nova aventura do Underground, 600km de imagens inesqueciveis, novas amizades e o prazer que só o cicloturismo nos proporciona! Valeu!


Todas Fotos: Click Aqui

VIDEO



7 comentários:

  1. Cara, bela viagem!!! e é aquele esquema: "se for fácil, não tem graça!"... Parabéms pela superação!!! Amanhã, as 5h da matina pego o onibus pra Passos-MG, vou iniciar minha Expedição Canastra por lá... daqui uns 15 dias tem relato saindo do forno!!! só espero que sem muito perrengues...

    Abração

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  2. Po Erich... irado, hein?
    Se eu soubesse que você ia começar aqui em Vitória eu ia com você até Guarapari e voltava sozinho.
    Mas tem erro não. Na próxima eu vou com você.
    E isso ae...parabéns, isso que eu chamo de superação, sem companhia, chuva, vento contra. Haja psicológico hehe
    Valeu, Renato.

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  3. Show Erich!!!
    Muitos obstáculos que foram vencidos, superação e novas amizades e histórias e lugares belíssimos...

    Só poderiam resultar em belas fotos e um excelente relato!

    Grande abraço

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  4. Parece que quando dá tudo certinho como planejamos não tem graça. Esses imprevistos temperam a cicloviagem de maneira a torná-la muito mais saborosa e picante.

    Parabéns e um grande abraço do Antigão!

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  5. Olá Renato Guberman, na verdade divulgamos bastante antes no site Pedal pra acharmos alguem de Vitória pra fazer o inicio com a gente, mas não conseguimos, foi até bom, pq só conseguimos chegar a noite em Guarapari, fica pra próxima, Abraço!

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  6. Valeu amigos, cicloturismo é isso mesmo, curtição, superação e aprendizado, até a próxima!

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  7. Parabéns Erich pela viagem Vitória-Rio!

    Em Abril de 2009 eu e meu irmão fizemos o percurso inverso em 5 dias.
    Também fomos pelo litoral e cortamos a parte de areia, Farol de São Tomé- São Francisco do Itabapoana de ônibus.

    Você fez o sentido certo. O vento nordeste, constante é um grande desafio par aque sai do Rio, rsrss

    Acho que é um percuso incrível, perto dos grandes centros e que poderia entrar no circuito de Cicloturismo.

    Abraço

    Marcelo Terapia

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